"Quero um carro barato e muito espaçoso. O que você me recomenda?"

"Bom dia! Bem, tenho um Fiat Mille ano 2000 que adoro. Gostaria de trocar por um novo, 2009, mas preciso de um carro que tenha um bagageiro espaçoso, que o banco traseiro dobre, pois necessito de espaço pra carregar uma bike dentro, e de preferência um mil, por ser mais barato. Qual você me sugeriria?

No aguardo,

Telma Ohori"


Como você está Telma, tudo bem? Obrigado por sua consulta.

Das opções de veículos novos atualmente no mercado, a que oferece menor custo de compra, manutenção e o maior espaço interno é bem fácil de responder: Renault Sandero.




Esse carrinho, que, aliás, é um carrão (na expressão física da palavra), poderia competir facilmente com Ford Focus, Vectra GT e Nissan Tiida em termos de espaço interno, mas seu preço está num patamar que o coloca para competir com Fiat Mille, Chevrolet Celta, Ford Ka e VW Gol IV. Seu preço começa em R$ 29,29 mil, acima do que o Mille custa (na faixa dos R$ 24 mil, com quatro portas), mas com mais espaço e com motor mais potente. Para você, que busca espaço, eu não teria uma recomendação melhor.

Se você gostaria de ter um modelo mais barato e espaçoso, o Mille continua a ser a melhor opção para você, ainda que, no ano que vem, ele ganhe a companhia do novo Uno. Isso não deve tirá-lo de linha, mas, com o novo carro, ele tende a perder valor.

Espero que isso a ajude, Telma.

Um abraço,

Gustavo

"Estou entre uma Peugeot 207 SW e uma Nissan Livina. Qual é mais adequada para mim?"

"Gustavo, estou em busca de um carro para minha esposa. Ela quer um carro automático, com um bom porta-malas (visto que temos um bebê de 10 meses). Ele tem que comportar o carrinho e como minha esposa é pequena, acho que a idéia será adquirir um carro médio topo de linha.

Pelo porta-malas, o Honda Fit nem fez parte das opções. Chegamos a olhar o Stilo, mas desisti (o Bravo vem aí). Resumindo, de todos os carros que olhamos, acabamos focando no Livina e no Peugeot 207 SW.

Ao ler seus comentários no blog, pareceu-me que você é fã do Nissan Livina. Estou correto? Posso dizer que também gostei muito do carro. Minha esposa e eu fizemos um test-drive na concessionária e o Livina realmente demonstrou ser um carro muito bom. O espaço interno e a garantia de três anos são destaques.

No entanto, nestes dias em que tenho feito meus estudos comparitivos, dois pontos chamaram minha atenção:

a) como estou vendo os modelos topo de linha, por que o Livina não tem ar condicionado digital?
b) tenho observado diversos cometários na internet, reclamando do design antiquado do Livina (de fato, as linhas traseiras dele lembram um pouco o desenho da Fielder).

Por favor, gostaria de ter seus comentários a respeito. Por favor, comente também a respeito da 207 SW.

Saudações,

Daniel de Almeida Camargo"


Como você está, Daniel, tudo legal? Parabéns pelo nenê!

O que eu tenho escrito a respeito da Livina exalta nele uma receita de que eu gosto muito, mesmo: a oferta de mais por menos. A Livina, a exemplo de Renault Logan e Sandero, segue isso à risca. Ela é mais espaçosa do que todas as suas concorrentes e custa a mesma coisa. Também tem bons motores, anda direitinho e tem bom acabamento.

Ela poderia ser melhor exatamente no refinamento e na oferta de mais opções, mas isso é mal da Nissan. Fora o Tiida, que vem bem completinho, todos os outros modelos pecam pela falta de alguma coisa. A Livina S, por exemplo, é um carro que eu não recomendo porque ela não tem regulagem de altura do cinto, um absurdo em um carro de mais de R$ 40 mil. E o absurdo fica maior porque o carro tem direção hidráulica e ar-condicionado. É o que eu chamo de economia porca, sabe?

A falta de ar-condicionado digital não tem explicação plausível. Só não existe e pronto, talvez por uma questão de economia, mesmo (não necessariamente porca, neste caso). Como alguns modelos mais sofisticados que não oferecem regulagem de distância do volante, como o X-Trail.

Por isso, eu recomendaria a você o modelo SL com motor 1,6-litro, se vocês não quisessem um carro automático. Como querem, a única opção é o modelo 1,8-litro, que é de origem Nissan, mas tem taxa de compressão muito baixa para um motor flex, o que pode fazer ele gastar mais álcool do que deveria. Já o 1,6-litro, Renault, é confiável e bom de consumo.

Os dados de consumo oficiais são baseados na norma NBR 7024, ou seja, são medidos em dinamômetro, em condições especiais e fáceis de reproduzir, o que fornece uma base de comparação correta entre modelos de fabricantes diferentes. Segundo estes dados, a diferença de consumo entre os motores é pequena, mas, na vida real, ela pode tanto ser maior ou menor. Quando avaliei o carro, ele usava gasolina. Ainda preciso avaliá-lo com álcool para poder dizer algo mais conclusivo sobre consumo. Tudo indica, de todo modo, que ele tende a beber mais do que deveria com etanol.

Com relação à 207 SW, ela é mais bem equipada, mas tem porta-malas pequeno, não é 207 coisa nenhuma (é uma 206 mais arrumadinha; 207 tem é na Europa) e o acabamento dos modelos da Peugeot não é dos mais confiáveis. Acontece com frequência de as peças se soltarem. Outra coisa que me incomoda nos modelos da Peugeot é o sistema Multiplex, que usa computadores em vez de fiação para coordenar as partes elétricas do carro, como faróis, vidros e buzina. Ainda que seja moderno e poupe peso, o sistema tem uma lentidão estranha. Você bate na buzina e ouve ela tocar momentos depois. É estranho.

Entre os dois modelos, a Peugeot é a que tem a tendência de desvalorizar mais. A Nisssan, que ainda é uma novidade grande de mercado, tanto pode ser uma surpresa, desvalorizando mais do que a média dos modelos japoneses, quanto seguir a tendência de Toyota e Honda, perdendo pouquíssimo valor. Eu apostaria mais nessa última hipótese.

Espero ter ajudado você na escolha de um bom carro para sua esposa. Boa compra!

Um abraço,

Gustavo

"O Honda Accord é um mico ou é uma boa escolha de sedã médio-grande?"

"Prezado Gustavo, boa noite. Sou proprietário de um Honda New Civic LXS MT Flex, 08/08. Estou muito satisfeito com o veículo.

Todavia, enquanto aguardava a retirada do meu carro da revisão dos 10 mil km, o vendedor da concessionária insistiu para que eu fizesse um test-drive no novo Accord 2.0, com motor quatro-cilindros de 156 cv. Confesso que gostei. E, ao pilotar o V6, foi paixão à primeira vista.

Você sempre alertou os consumidores sobre os veículos que abaixaram repentinamente o preço. Pois bem. O Accord 2.0, que custava R$ 99,99 mil, está com o mesmo preço do New Civic EXS, ou seja, R$ 83,99 mil. Já o V6, que custava R$ 149,99 mil, está por R$ 119,99 mil.

Será que o Accord, diante dessa redução, se enquadra nos chamados 'micos'?

É aconselhável sair de um carro flex para um monofuel? Os carros a gasolina ainda tem seu lugar num país que é precursor do etanol a partir da cana-de-açúcar?

Abraços e parabéns pelo excelente trabalho.

Rogério Romanin
Araras, SP"


Como você está, Rogério, tudo em paz? Assim espero.

Fico feliz que você tenha visto que carros que caem de preço rapidamente têm algo de errado, mas gostaria que você também atentasse para outra coisa que eu sempre digo: se você comprou um carro novo, fique com ele por pelo menos três anos. Dois, que seja, mas nunca troque um ano depois. É prejuízo na certa.

Se você está satisfeito com seu Civic, fique com ele pelo menos até 2010. Se não estiver muito preocupado com isso e preferir um gosto que dinheiro no bolso, o Accord é um excelente carro, sim, mas, usado, ele desvaloriza um bocado. Ele, como é costume nos modelos japoneses, não dá muita manutenção, mas as peças, importadas dos EUA, onde ele é fabricado, são caras.

Um modelo excelente, recém-lançado e do mesmo porte do Accord é o novo Ford Fusion.



O modelo V6 tem tração nas quatro rodas e custa R$ 99,9 mil. Todos vêm completos. Se você realmente quiser trocar agora de carro, eu recomendo que você ande primeiro com um Ford Fusion antes de fechar negócio com o Accord. Com R$ 100 mil nas mãos, seria minha opção sem pestanejar.

Um abraço,

Gustavo

"Meus filhos cresceram e o carro precisa ir na mesma linha. Qual eu compro?"

"Caro Gustavo, parabéns pelo MotorDicas!

Estou com umas dúvidas e gostaria de saber se você poderia me ajudar, pois tenho que resolver a compra de um carro essa semana:

Tenho uma picape Nissan Frontier 2006 e estou querendo trocar por outro carro. Fiz a avaliação em vários lugares e estão oferecendo R$ 54 mil. Tenho mais R$ 25 mil para comprar um carro melhor e, para dizer a verdade, este carro é ótimo, porém meus filhos estão crescendo e a parte de trás é muito apertada. Por este motivo quero vendê-lo. Seguem os carros que estou analisando:

1º - Tucson da Hyundai - achei o carro interessante, tem um espaço fantástico, mas infelizmente li muitas reportagens que dizem que a assistência técnica é péssima, pois, caso tenha que trocar alguma peça, ela demora uns 40 dias para chegar da Coreia. Logo desanimei do carro.

2º - Sentra da Nissan - achei o carro interessante, mas como estou acostumada com carro alto, não sei... Poderia me dizer o que acha deste carro?

3º - Livina, também da Nissan, parece um bom carro.

4º - Honda CR-V. Adorei este carro, mas não tenho verba suficiente para comprar.

Considerando que você entende muito carro, solicito sua ajuda.

Um abraço.

Gláucia Fernanda Silveira Navarro Gabrich"


Como você está, Gláucia, tudo certinho?

Como diz o ditado, coração de mãe é grande, mas carro de mãe precisa crescer conforme a criançada cresce, mesmo. Como essa parece ser a principal razão para você trocar de veículo, vamos às opções que você elenca.

Dentre todas elas, o espaço interno é equivalente. Por razões de segurança dinâmica (automóveis são mais estáveis do que utilitários) e estática, eu sempre vou recomendar carros em vez de SUVs. Assim sendo, como todos os modelos que você cita têm espaço interno equivalente, a opção que lhe oferece o melhor custo/benefício é a Nissan Livina.

Ela tem a posição de dirigir alta, como você está acostumada e parece preferir, um excelente espaço interno, porta-malas de 449 l e um consumo de combustível mais baixo do que o de qualquer utilitário que você tenha citado. Outra vantagem da Livina é que ela é feita no Brasil, o que a torna menos sujeita a oscilações de preço por conta do câmbio, facilita sua manutenção (peças nacionais) e diminui sua desvalorização.

O Sentra é um excelente automóvel, até meio injustiçado entre os sedãs médios, mas ele vai receber em breve o motor flex, o que tende a desvalorizar os modelos movidos apenas a gasolina. Ele também tem um perfil mais esportivo e espaço de porta-malas não tão grande quanto o da Livina. Para você, não é o modelo mais indicado.

Se você fizer questão de um utilitário, pense no que for mais conveniente para você, ou seja, que empresa tem revenda mais próxima da sua casa, quanto se cobra pelas revisões e por aí afora. Além das opções que você cita, há muitas outras, que já citei em uma consulta passada. Leia-a aqui.

Das que você cita, tanto o CR-V quanto o Tucson são boas opções, mas o Tucson sofre por ser importado não pela Hyundai, mas sim pelo grupo CAOA, que não costuma apresentar seus veículos à imprensa e tende a mudar preços e condições sem prévio aviso. Um grupo mais previsível e que oferece um modelo semelhante é o grupo Gandini, que importa os modelos da Kia ao Brasil. Aliás, eu recomendo a você que dê uma olhada no Kia Sportage, que é quase o mesmo carro, mas com um emblema diferente, atendido por uma marca que tem fama de bom atendimento.

De todo modo, tanto o Hyundai Tucson quanto o Kia Sportage devem mudar até o final deste ano ou no ano que vem, que é quando será apresentada a nova geração dos dois. Assim, dos utilitários que você cita, o CR-V é o mais indicado. Chorando desconto, é possível que você compre o seu por cerca de R$ 80 mil. Se não conseguir, pesquise entre os seminovos.

Espero ter ajudado você a tomar uma boa decisão. Boa compra!

Um abraço,

Gustavo

"Qual é a melhor opção de hatch médio do mercado, hoje?"

"Ruffo, solicito informações de qual a melhor compra. Estou pensando em comprar o Vectra GT ou o GT-X. Apesar de ter manutenção mais barata e ampla rede de assistência técnica, ainda estou na dúvida.

Existe o Hyundai i30, que ainda não entrou no mercado, porém vem com um excepcional pacote de beneficios, o Citroën C4, o Ford Focus, que não é flex, entre outros veículos do segmento que não foram citados. Qual é a melhor opção de compra? Troco agora ou aguardo mais alguns meses?

Agradeço desde já os esclarecimentos.

Joélsio Pompeo do Amaral
Chapecó, SC"


Como é que você está, Joélsio, tudo certo?

Para dar o conselho que você precisa, eu preciso sempre saber o que você espera do veículo que quer ter na garagem. Como as preocupações que você me passou são manutenção e rede de assistência, o carro mais indicado realmente parece ser o Vectra GT.



O problema que eu vejo neste carro é que, apesar da aparência moderna, ele tem um projeto antiquado, sobre uma plataforma com bastante tempo de mercado, o que acaba favorecendo a manutenção pelo tempo de mercado que a plataforma e as peças já têm. Por sorte, ele agora vem equipado com um motor 2-litros que pelo menos se equipara aos melhores do mercado. Sua mudança visual recente também deve lhe garantir um bom tempo de mercado sem alterações.

Outra boa opção com manutenção baixa (não por causa do valor ou da rede, mas pela tendência a dar menos problemas) é o Nissan Tiida, que agora vem com motor flex. O problema deste modelo é a rede pequena da Nissan e o motor com taxa de compressão muito baixa, o que tende a torná-lo um beberrão com álcool.



O Hyundai i30 deve atrair pela excelente relação custo/benefício e pelo desenho moderno, mas o carro, no exterior, existe desde 2007. Todo carro novo tem um ciclo de vida de cerca de seis anos. Na metade disso, ou seja, depois de três anos de mercado, ele muda. Em outras palavras, esse carro, no ano que vem, deve sofrer mudanças visuais. Podem não ser extensas, mas, como ele é importado, ele vai desvalorizar um bocado. Por isso ele está sendo trazido com um índice tão alto de equipamentos a um preço tão interessante. Só compensará para você se você ficar com ele por pelo menos três anos. Mesmo assim, com ressalvas.

Corre que os produtos Hyundai sofrem com a distribuição de peças, que demoram a ser importadas da Coreia do Sul. Como a garantia do carro é de cinco anos, você não pode recorrer a oficinas independentes durante esse período sob pena de perder a garantia. Assim, você, comprando este carro, estará amarrado à rede da marca até o fim da garantia. Se ele não lhe der dores de cabeça, tudo bem. Se der...




O novo Ford Focus é o modelo mais moderno do mercado e um dos mais recomendáveis, não fosse por seu câmbio automático de quatro marchas, que tira todo o bom desempenho do motor Duratec. Com câmbio manual, o carro sofre pela falta de opção flex, que chega até o final deste ano. Comprá-lo agora, portanto, só seria bom negócio com um desconto significativo (comprando um seminovo, por exemplo).



Além do Focus, um modelo moderno e bem equipado é o C4, mas ele sofre com a falta de qualidade de montagem e de acabamento dos veículos que a PSA fabrica na Argentina. Aliás, até os Peugeot e Citroën feitos no Brasil também enfrentam estes problemas, mas menos do que seus irmãos argentinos. Apesar de o C4 ter um dos melhores motores flex do mercado, seu funcionamento frio é um tanto irregular, o que pode irritar bastante seus proprietários.




Resumindo, espere pelo Ford Focus Flex. Se não quiser esperar, fique com o Vectra GT, mesmo, que o atenderá bem nos quesitos que você acha que são mais importantes.

Um abraço, e boa compra,

Gustavo

Ford Fusion chega ao modelo 2010 pelo mesmo preço: R$ 84,9 mil

A Ford apresentou hoje à imprensa especializada o novo Ford Fusion 2010, um carro que traz muitos aperfeiçoamentos, mas o mesmo preço da versão anterior: R$ 84,9 mil. É certo que o carro anterior podia ser encontrado com grandes descontos e o novo tende a ter cobrança de ágio, para os mais ansiosos, mas, na tabela, o valor é igual, o que é uma tremenda barganha. No Fusion 2009, o motor era um quatro-cilindros de 2,3-litros, 162 cv a 6.500 rpm e 203 Nm a 4.500 rpm. No atual, ele é um 2,5-litros de 173 cv a 6.000 rpm e 225 Nm a 4.000 rpm. Como se não pudesse ficar melhor, o bom câmbio automático de cinco marchas deu lugar a um superior, de seis velocidades.



Como no Fusion já velho conhecido do leitor, não há opcionais. O carro é importado em sua versão mais completa, a SEL. Para não dizer que não há nenhuma chance de ter um carro de preço mais alto, há o teto solar, que acrescenta R$ 4.000 em qualquer versão, inclusive na novíssima V6, com motor 3-litros de 243 cv a 6.550 rpm e 302 Nm a 4.300 rpm. Essa, que também traz tração integral permanente, parte de R$ 99,9 mil e chega a R$ 103,9 mil com teto solar. A versão de quatro cilindros com teto solar custa R$ 88,9 mil.

Por fora, a aparência teve uma boa renovação, mas as medidas continuam praticamente iguais. O comprimento, agora, é de 4,84 m, contra 4,83 m do anterior, com o mesmo entreeixos: 2,73 m. No porta-malas, o mesmo espaço de 530 l para um mundo de bagagens.

Com um interior de iluminação configurável em cores (há sete opções), sete opções de cores de carroceria (Preto Bristol, Prata Munique, Cinza Berlim, Vermelho Ibiza, Branco Sibéria, Verde Lion e Azul Florence) e, na versão V6, equipado com o sistema SYNC, que traz tela manipulável por toque e disco rígido de 10 Gb, para armazenamento de músicas, o Fusion está bem melhor do que antes, mas também enfrentará um mercado com cada vez mais opções. Munição contra os concorrentes ele parece ter. E bastante.


























Fonte: Ford

Sem vontade de ter um SLS AMG? Fique com o Gullwing original. Quase original

A mágica em torno das portas asa-de-gaivota e do carro mais frequentemente associado a elas, o Mercedes-Bens 300 SL, é enorme. Tão grande que a Mercedes-Benz até se decidiu a trazer uma espécie de nova geração do carro de volta à vida, sob o nome SLS AMG. Apesar de o novo carro ter sido apresentado apenas parcialmente, há muitos que ainda acharão que o Gullwing (asa-de-gaivota, em inglês) não tem substituto. Para estas pessoas, a Gullwing GmbH, de Heyda, na Alemanha, decidiu oferecer o próprio Gullwing. Bem, quase. A empresa criou uma fantástica réplica do carro. Olhe abaixo e tente dizer que não está diante de um 300 SL original.



Gullwing GmbH é a mesma empresa que produz o AC Cobra Mk VI para a AC Cars. Nós conseguimos encontrá-la por conta de nossa matéria sobre o futuro 300 SL Panamericana, escrita para o MotorTips, a versão em inglês do MotorDicas. Criado por Arturo Alonso sobre o Gullwing (é esse o nome desta réplica) produzida pela Gullwing GmbH, ele será uma homenagem ao modelo de corrida do Asa-de-Gaivota, fabricado em 1952. Apesar disso, as informações técnicas e dados de performance do carro de Alonso não eram muito precisos. Eles são muito melhores.

"O Gullwing traz o motor V8 mais moderno da Mercedes-Benz, com 5,5 litros e produzindo 405 cv em seu modelo básico", disse Jürgen Mohr, da Gullwing GmbH, ao MotorDicas. A bem da verdade, o motor não é só o mais moderno da Mercedes-Benz. Ele também traz outra assinatura de respeito: AMG. "Esse propulsor vem equipado com a caixa automática de sete marchas mais atual da linha (7G-TRONIC), dando a escolha ao motorista de trocar as marchas convencionalmente ou de selecioná-las por meio de borboletas atrás do volante."

Considerando que o carro original tinha um motor de seis cilindros em linha, 3 litros e 215 cv, a Gullwing teve um bocado de trabalho para fazer o carro suportar seu poderoso coração novo. "Estamos fabricando o Gullwing aqui na Alemanha, mas mudamos completamente o desenho do chassi e da suspensão do carro para fazer ele lidar bem com até 650 cv e torná-lo bom o suficiente para que quem o dirigir em uma pista de corrida sinta prazer com isso", disse Mohr. "Pusemos tanta energia no redesenvolvimento dos carros que só começamos agora com nossos esforços de marketing."

Esta versão do carro, com motor V8, custará 165 mil euros (R$ 470 mil e uns quebrados, pelo câmbio do dia), já com impostos e equipamentos extras incluídos. Em outras palavras o Gullwing terá ABS, ar-condicionado e outras amenidades do mundo moderno, como o sistema de som Becker Mexico. Ele parece ter saído dos anos 1950, mas oferece mais do que música de boa qualidade aos ocupantes do carro. Bluetooth, internet, comando de voz e navegação por GPS também estão no pacote.

Haverá apenas 30 unidades do carro à venda por ano, pelo menos por enquanto. "Faremos as vendas diretamente pela Gullwing GmbH pelos próximos três anos e eu serei o responsável por elas. A entrega tem demorado de 10 a 18 meses, no momento. Os carros são feitos apenas por encomenda, o que significa que cada carro é criado para atender aos anseios individuais de cada um de nossos clientes por todo o mundo. Esperamos um depósito de 50 mil euros (pouca coisa mais do que R$ 140 mil) na reserva, mas gostaríamos que as pessoas viessem nos visitar antes da compra para ter certeza de que os carros são construídos de acordo com o que elas esperam. Os carros podem ser avaliados em nossa fábrica, perto de Dresden, a duas horas de carro de Berlim", disse Mohr.

Se você gosta mais da versão conversível do 300 SL, a Roadster, ou quer um modelo mais baratinho da réplica, 2010 é seu ano. "Para o ano que vem teremos a versão com motor V6 de 3,5 litros e 320 cv." Será a mais próxima do modelo original, tendo em vista que a Mercedes-Benz não tem mais uma versão de motor a gasolina com seis cilindros em linha. "Este motor também pode ser acoplado a uma transmissão manual de seis velocidades", completou Mohr.

Quando escrevemos sobre o 300 SL Panamericana, mencionamos que a Hooper & Co a fabricaria, mas a empresa britânica não está mais no comando desta operação. "A Hooper era a empresa que detinha os direitos do projeto Gullwing, que ela acabou nos vendendo", disse Mohr.

Se você está interessado em seu próprio Gullwing, entre em contato com a empresa pelo site oficial, www.gullwing-cars.de. Enquanto isso, dê uma olhada nas outras fotos dessa jóia mecânica. Se tivéssemos 165 mil euros sobrando...























Fonte: Gullwing GmbH